Tem uns rolês que parecem impossíveis de acontecer, né, mana? Olha, mas eu costumo dizer que nada é impossível. Sério. Nada, mesmo. Para conseguir algo, por mais difícil e inalcançável que pareça, a gente, primeiro, tem que acreditar na possibilidade do acontecimento, e, para isso, a gente tem que, também, botar fé em nossas potências (e todas nós as temos, mesmo que nossas forças ainda não tenham sido despertadas em nosso consciente). Isto é, a gente tem de valorizar a nossa capacidade de mudar realidades. Acredito que qualquer uma de nós podemos ser videntes da nossa própria existência – ou visionárias, para usar um termo menos místico – e, assim, prever o nosso futuro. Qual futuro você gostaria de concretizar? Prever, na minha concepção, não significa que a projeção se fará tal como a desenhamos em nossas expectativas, em sua perfeição: é, antes, uma imagem, uma proposição, iniciar a realização de uma intenção. Sinto que a vida significa se colocar em processo de existi-la. Então, prever o futuro é, para mim, manter-se nesse estar se transformando. A percepção disso já me fez alcançar projeções impossíveis, que duraram anos, décadas para acontecer, mas eu não costumo desistir facilmente de certos futuros (hoje, anseios que pareciam impossíveis de serem concretizados no “presente do meu passado” são realidades palpáveis), incluindo as projeções as quais pareciam que levariam uma vida inteira para acontecer. O inalcançável é mais uma imagem construída. A questão é: você se conhece bem? Você se desafia? Às vezes, o impossível é um medo inconsciente, uma miragem, uma pulguinha que, na quase escuridão e projetada pela sombra inconstante da chama de uma vela que luta contra o vento, transforma o inseto numa forma irreconhecível, bem além do que a realidade física do serzinho representa (tipo, a tal da caverna de Platão). Se você não se arriscar ou se propor a investigar a origem dessa sombra fantasmagórica, a pulguinha vai ter o poder de te imobilizar só pela imagem que você acreditou da projeção que a pouca luz fez do inseto. Ou seja, tornar o futuro possível nada mais é do que você acreditar que pode pegar a vela para encontrar a origem da sombra e, vendo a pulguinha, vai rir do monstrinho que a silhueta desengonçada, criada pela escassez de luz, gerou na sua mente. A partir daí, mais consciente e confiante, se desafiando, você poderá aproveitar a chama da vela para acender fogueiras com potentes labaredas, vindas de dentro de você mesma, capazes de iluminar um futuro possível. Por isso, direcione a luz que você tem disponível no seu íntimo e reacenda o seu caminho através da crença nas suas potências, e o impossível será como uma pulguinha desavisada, passando pela sua caverninha.
Pensei em colocar letra na música do vídeo, mas, por enquanto, só vieram dois títulos possíveis: Estar ou Recomeço.