Desde a primeira câmera fotográfica, bem antes do conceito de selfie existir, eu já amava bater fotos minhas fazendo inúmeras expressões. Assim como das pessoas que amo estar.
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Desde criança, amava criar personagens, colocando o blazer (com ombreiras) da minha mãe, enquanto cantava no microfone e tocava um teclado Yamaha (para iniciantes), de forma completamente intuitiva.
Vez ou outra me olhava no espelho para conferir cada personagem que representava. O mais comum era Elvis Presley.
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“Aos 40 anos de idade, vou aprender piano”, é uma de minhas projeções, imagens de futuro, talvez tentando compensar a frustração de não ter concluído, no passado da minha adolescência, o curso técnico em música, depois de um ano de teoria, na expectativa irrealizada de tocar violão no conservatório.
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Eu amava consertar eletrônicos ou qualquer outro treco que precisasse de reparo. Era rotina minha abrir meu Super Nintendo ou PlayStation, assim como as fitas K7 e VHS e seus reprodutores, para fazê-los funcionar novamente.
Eu também amava ter bichos de estimação, dos mais diversos: beta, periquito, pintinhos, gatinha, galo, galinha.
Até que meu contexto de vida foi se esvaziando de amor, ao passo que expressá-lo foi se tornando um peso, e fui desistindo, pouco a pouco, do que amava fazer. Até tentar desistir de mim para me livrar do desamor que o entorno tinha gerado em minha existência.
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O amor tem muitas faces que nem sempre aprendemos a enxergá-las. O amor de amigos. O amor à pintura. O amor à música. O amor aos animais. O amor à natureza. O amor ao próximo. O amor a uma causa; ad infinitum.
Cada um de nós podemos amar de muitos jeitos; e aprender ou ensinar novas formas de amar, também.
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“Mainha, eu estou feliz porque estou vivendo cada minuto com Nico. Mas isso não vai me impedir de viajar. Eu vou colocá-lo para adoção, quando chegar o momento”
Não abandonar nossos sonhos e desejos são formas de expressão do amor à vida.
Garantir o bem-estar de quem amamos, também.
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– Colocar pra adoção? Eu posso ficar com ele, enquanto você viaja.
Não abandonar os sonhos e desejos de quem amamos são, igualmente, formas de expressão de amor ao próximo.
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O que você ama na vida?
Eu amo sentir a minha existência no fluxo dos acontecimentos, por isso, amo conhecer as diferentes faces do amor, em diferentes línguas e culturas.
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Quantas faces o seu amor tem?
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Agradecimento: obrigada, Rafa, pelas conversas e compartilhamento de conteúdos sobre o amor romântico, as linguagens do amor e formas de desautomatização dessa dinâmica.
Ref.:
*worldometers.info/br/, 17 de julho de 2022, às 23:50.